Sério, leia o post, provavelmente vai ter Spoiler, mas não vai estragar sua experiência, não tem como estragar mais do que a temporada já fez.
Bom dia, boa tarde, boa noite tripulantes, hoje vamos falar da série do Arqueiro nem tão Verde, mas antes amigos, quero que vocês façam um exercício mental, quero que vocês se considerem como roteiristas/diretores da televisão, considere então que seus “chefes” chegam e dizem :
Precisamos de uma série de herói inserida no Universo Televisivo DC, você não precisa se preocupar com crossovers (já sabemos que ele vai ser sobre Legends of Tomorrow) e pode usar qualquer personagem da mitologia do arqueiro verde, qualquer trama, ainda pode durante a temporada trazer John Constantine e Vixen (dois dos personagens mágicos mais poderosos mostrados até agora), personagens da série Flash, pode escolher qualquer cidade do universo, pode abordar super poderes, magia, ou bandidagem normal, pode matar personagens, reviver personagens (você tem o poço de Lazaro), pode também introduzir novos heróis que venham a ser uteis no futuro, não precisa de preocupar em os manter na série, eles podem integrar a próxima equipe de Legends, e o protagonista acaba de descobrir que viagem no tempo é possível. Você só tem uma restrição, não use coisas que vamos usar no cinema como a mitologia do Batman, a do lanterna verde, o esquadrão suicida, sabe, coisa assim, fique longe. Ok? Ok!
Qual sua resposta? Moleza né? Um universo inteiro a explorar? Fácil! E ai… um profissional pega e faz um roteiro assim:
O Arqueiro continua em sua Arrow Cave, após seu encontro com Ras’Al’Ghul (vilão do Batman)na temporada anterior, durante a temporada atual ele vai encontrar novamente com a liga dos assassinos (organização dos quadrinhos de Batman) e com a ARGUS (criadora do esquadrão suicida) quando não vai para Coast City (cidade do lanterna verde), os vilões da temporada são Damian Darhk (Damian é o nome do filho do Batman) ex-membro da liga dos assassinos (já disse) e Anarquia (vilão do Batman), quando uma vilã original do arqueiro aparecer (cupido) ela vai ser incessantemente relacionada ao ex dela, o Pistoleiro (líder do… esquadrão suicida), o pior momento da temporada é quando a amiga hacker leva um tiro e fica na cadeira de rodas (situação semelhante a Barbara Gordon, a Batgirl), mas não se preocupe, a trama vai envolver destruir e terraformar o mundo porque o ser humano é inútil (igualzinho a season 1 de Supergirl mas sem aliens e semelhante a de Man of Steel mas com atuação pior).
Entendem o ponto? Eu falei da temporada superficialmente mas peço mil desculpas por cada spoiler que soltei, mas foram necessários, e mais serão para que eu resuma o porque da minha insatisfação, mas vamos começar, por mais que os atores e atrizes (a própria Willa Holland falou em entrevista recentemente) falem que o problema é a Warner com suas mãos de aço impedindo eles de usar o que querem, não é, Arrow tem um universo todo para “brincar” mas insiste em se debater contra o portão das áreas restritas, fazendo com que a série sempre soe como algo incompleto, ao invés de propiciar uma experiência completa como Flash ou inovadora como Legends, assistir Arrow é como ir a Paris pela primeira vez e não ver a Torre Eiffel, você vê tantas referencias a um universo que nunca vai poder ver na TV ao invés de ver um universo rico que poderia ser explorado.
A temporada no geral é pior que a já péssima terceira temporada, o Arqueiro, embora agora se chame “Arqueiro Verde” , pedido dos fãs desde a primeira temporada, continua se afundando em auto piedade e reclamando como tudo que há dentro dele é trevas e como não é possível ser um herói e ser feliz ou amar alguém, a temporada tem pontos altos, como a ótima participação de John Constantine que veio para preparar Sarah Lance para sua mudança para o elenco fixo de Legends of Tomorrow ou o desenvolvimento de Thea como a arqueira vermelha (Speedy) , mas estes momentos são pequenos lampejos de brilhantismo que simplesmente se perdem quando se pega a série como um todo, o vilão Damian Darkh é constantemente colocado como inalcançável a nível de poder, até que, em coisa de dois episódios Oliver se torna capaz de o enfrentar de igual pra igual. Até a morte de protagonistas não causa impacto o bastante para fazer com que a temporada seja menos do que esquecível.
O fim do romance Oliver e Felicity mal dura dois episódios quase como se os roteiristas dessem a entender que sabem o que os fãs esperam mas simplesmente se recusam a dar, a morte em questão ainda serve mais ainda para evidenciar que não há luz no futuro de Arrow, dá pra resumir em 15 minutos todos os momentos em que o verdadeiro Arqueiro Verde (positivo, altruísta e envolvido com a comunidade) aparece na série, de resto o que temos é mais uma temporada com um Batman vestido de verde e agora com poderes de resistir a magia negra quando “invoca a esperança que há dentro de si”, sério isso parece o Seya despertando o sétimo sentido em cavaleiros do zodíaco.
Então, se você quer uma ótima série de quadrinhos, uma série que realmente faz justiça ao legado de um vigilante das ruas que luta contra os maiores criminosos, que representa a bondade e a persistência, uma série que tem um ótimo paralelo entre um herói que mata e outro que não, que sabe lidar com assuntos adultos sem parecer uma novela, se você quer uma série que realmente vai ser a série da sua vida… assista… Demolidor… caso queira algo que vai tomar seu tempo e te deixar com um gosto amargo na boca e uma vontade de apagar o que acaba de assistir, Arrow é sua série.
Temos esperança para o ano que vem? Quase nenhuma, mas é o ultimo (se Deus quiser)
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